A crise no multilateralismo e o tsunami de plástico

Por Natalia de Miranda Grilli

Trabalhar na área socioambiental é parecer estar sempre nadando contra a maré. Às vezes, até contra um tsunami

Em um contexto global cada vez mais desfavorável ao multilateralismo, durante a 5ª Assembleia Ambiental das Nações Unidas, em 2022, mais de 180 países acordaram uma resolução histórica para acabar com a poluição por plásticos por meio da elaboração de um tratado global legalmente vinculante. A Resolução 5/14 deu o mandato para que os países abordassem todo o ciclo de vida dos plásticos e propôs um cronograma de cinco sessões de negociação, ao longo de dois anos, para a elaboração do tratado. Um objetivo bastante ambicioso, não somente pela complexidade da questão da poluição por plásticos, mas também pelo contexto internacional de crescente desglobalização, guerras militares e tarifárias e nacionalismos. 

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